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Olimpíadas de Paris: você sabia que o surfe não será disputado na França?

Em decisão polêmica, Comite Olímpico escolheu outro país para sediar todas as baterias do esporte; entenda


Quando se fala em “Olimpíadas de Paris”, se imagina que todos os esportes do evento serão disputados no país sede, certo? Não exatamente. Com seis brasileiros, o surfe dos Jogos Olímpicos de 2024 carrega uma curiosidade inédita: será disputado nas águas da paradisíaca Teahupo’o, no Taiti!


Quem pensa que o local escolhido fica próximo a Paris, se engana. Afinal, mais de 15 km separam a capital francesa de Teahupo’o. Tamanha distância marca um recorde na história das Olimpíadas: é o local de disputa mais longe da sede — quase tão longe quanto São Paulo até Sidney, na Austrália.


Mesmo que a ilha faça parte da Polinésia Francesa — conjunto de cem ilhas na Oceania, pertencentes à França –, a decisão do Comitê Olímpico não foi simples e enfrentou problemas, como a instalação de uma torre para os juízes no meio do mar, alvo de manifestações contrárias.

Até mesmo atletas brasileiros de surfe, como Filipe Toledo e João Vitor “Chumbinho”, foram contra à obra, que colocaria em perigo mais de mil corais e 20 espécies que vivem onde a torre seria erguida. Mesmo assim, após acordos com a população e cerca R$ 27 milhões gastos, a construção foi concluída.

Um paraíso aos brasileiros do surfe

Escolhido em 2020 pelo Comitê para sediar o esporte nas Olimpíadas 2024, Teahupo’o é um dos maiores templos do surfe — ainda mais para os brasileiros. Lá, é disputada uma das etapas da Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês) anualmente, além de ter uma das ondas preferidas dos atletas — apesar de ser perigosa e bem desafiadora.

Filipe Toledo, atual campeão da WSL. Foto: ISA/Sean Evans/Divulgação


Como onda calma não faz bom surfista, os atletas brasileiros costumam se dar bem nas traiçoeiras águas do Taiti. Gabriel Medina, uma das maiores esperanças de medalha do Brasil nas Olimpíadas, participou de sete etapas em Teahupo’o e pegou pódio em todas — vencendo duas vezes.

 

Por falar em brasileiros nas Olimpíadas, a seleção verde e amarela é o país com mais representantes no surfe: Gabriel Medina, Filipe Toledo “Filipinho” e João Chianca “Chumbinho” no masculino; e Tainá Hinckel, Luana Silva e Tatiana Weston-Webb no feminino.


Gabriel Medina. Foto: Miriam Jeske/COB/Divulgação

Filipe Toledo. Foto: ISA/Pablo Franco/Divulgação


Apesar de grandes nomes, o Brasil tem uma ausência de peso em Paris — ou, no caso, no Taiti! Campeão olímpico em Tóquio 2020, Ítalo Ferreira não se classificou para as Olimpíadas de 2024. Mas o medalhista de ouro tem boas recordações de Teahupo’o, de onde saiu campeão de uma etapa da WSL em maio.


Ítalo Ferreira. Foto: Jonne Roriz/COB


Porém, o time masculino e feminino estão fortes na briga por medalha para o Brasil. Entre os homens, Gabriel Medina é tricampeão mundial, Filipe Toledo é o atual vencedor da liga mundial e “Chumbinho” uma grande promessa, com apenas 22 anos e circuito vencido contra o número 1 do ranking, o australiano Jack Robinson.


Foto: Miriam Jeske/COB/Divulgação


Por outro lado, as mulheres também vêm fortes na luta pelo pódio. Na última etapa da WSL disputada em Teahupo’o, Tatiana — embora não tenha chegado à decisão — foi a única surfista a atingir a perfeita nota 10 e, junto com Luana Silva, está entre as dez melhores do mundo no ranking mundial.


Tatiana Weston-Webb. Fotos: William Lucas/COB/Divulgação



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